terça-feira, 13 de junho de 2017

Uma partilha poeticodançada para aguar raízes juntos

Durante a viagem me assombrou a presença constante da morte nessa estrada toda, sem cessar... Ainda me assombra... A seca, a sede, a fome, o assassinato, o abandono, tudo isso que faz um coração bater aos berros... Nas páginas do meu diário falei muitas vezes do cheiro da morte cobrindo toda a paisagem olfativa da caminhada... Hoje, revendo imagens e passos, percebo que a morte é um momento apenas, passageiro como a vida, talvez até mais ínfimo... O que tem cheiro, perdura, se espalha, é a decomposição, como um grito de vida no vento, vida estranha, se refazendo, sem forma, virando adubo para outros nascimentos... A decomposição onde a morte e a vida se encontram em micro-vidas que brotam enquanto comem e adubam porque consomem aquilo que já não é... E cheiram forte enquanto lutam em sua passagem rápida no tempo pela existência de outras novas formas naturais...

Receber cada um, cada olhar, cada abraço, cada assombro compartilhado nesse 12 de junho foi e seguirá sendo uma imensa dádiva a esse corpo-ciclo que vivo, nessa lida gerúndia de nascer. Muito obrigada pela presença de cada um de vocês nesse mundão nosso!
Na noite de ontem uma etapa importante foi concluída mas Diário corporal - um caminho de retorno não vai parar, porque no final das contas, por mais longe que andemos, de um jeito ou de outro, sempre estamos voltando aos velhos sítios onde amamos a vida, essa passagem...
Fotos de Ju Brainer








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